sábado, 19 de junho de 2010

Em tão pouco tempo?

Tava terminando de ler o livro de Atos hoje e lá no capítulo 26, quando Paulo tava sendo jogado de um lado pro outro para ser julgado pelos comandantes, rei e imperador, ele sempre falava da mensagem que estava anunciando e que o estava levando à prisão. As autoridades não encontravam razões suficientes pra atender o pedido do povo para matá-lo. A única acusação era que Paulo ia contra a religião deles e também sobre um homem que para eles já havia morrido e Paulo afirmava que estava vivo: Jesus. Como não sabiam o que fazer e levavam Paulo de autoridade a autoridade, ele tinha a oportunidade de falar sobre a sua conversão para o povo e para os importantes. Muitos deles creram. Porém, quando Paulo estava diante do rei e falou sobre o que pregava, o rei lhe disse "Você pensa que assim, em tão pouco tempo, vai me tornar cristão?" e a resposta de Paulo é a nossa grande análise: "Pois eu pediria a Deus que, em pouco ou muito tempo, não somente o senhor, mas todos os que estão me ouvindo hoje chegassem a ser como eu, mas sem estas correntes".

O que me chamou a atenção é que eu estava orando pelo evangelismo que faremos amanhã e essa palavra me voltou à cabeça. Somos livres de acusações de autoridades e podemos ir até o povo pra compartilhar a mensagem de vida. É interessante também que Paulo não estava livre das acusações e, por isso, estava diante das autoridades e mesmo assim aproveitou isso pra compartilhar a mensagem com as pessoas mais importantes naquela sociedade. Cadê o medo desse homem? Falar pros pobres e fracos é muito fácil, mas pras grandes personalidades nos falta ousadia. Não nos achamos capazes demais. Afinal, o mais provável é que pessoas assim nos enfrentem com poucas e ferozes palavras, assim como o rei falou com Paulo. As pessoas estão cheias das suas verdades e das suas religiosidades e esse rei era assim também. Paulo estava falando com ele porque sabia que ele conhecia toda a palavra e os profetas, mas não acreditava em Jesus como Senhor e Salvador. Ele até já conhecia Jesus Cristo porque se ele usou a palavra "cristão", sabia do que estava falando. Ele conhecia, ele ouviu falar mais uma vez através de Paulo e mesmo assim admitiu que o coração era duro demais porque pouco tempo não era suficiente para fazê-lo crer. Não é a própria personalidade das pessoas que estão ao nosso redor? A gente prega, às vezes "discute", usa toda o conhecimento, mas parece que o muito que falamos é sempre pouco. E, o mais importante, o muito que testemunhamos também parece pouco.

A resposta de Paulo mostra mais uma vez que a capacidade não é nossa. O nosso dever é ir e pregar. Quem disse que pessoa se tornará cristã naquele momento que você está falando? Paulo disse que pediria a Deus pra que se tornassem como ele, e disse também que não sabia se isso ia demorar muito ou pouco tempo. E quem disse que a palavra que pregamos não atingiu aquela pessoa? Poderíamos nós saber se vai demorar muito ou pouco tempo? É a famosa ilustração da semente que é lançada e que só depois será colhida. É de glória em glória. Seria muito bom se fosse algo prático. Pregou, converteu e pronto. Mas essa responsabilidade de converter não é nossa. A mente humana é fechada demais e busca as lógicas quando as coisas de Deus são loucuras. Nós não podemos fazer alguém compreender. Ainda bem que não porque se isso nos fosse possível, pra quê o Espírito Santo? E, se não tivéssemos Ele, seria triste demais.

O que eu quero mostrar aqui hoje é só mais uma passagem que bate na mesma tecla de sempre, mas parece que nos esquecemos. Nossa missão é ir e pregar, quem convence é o Espírito Santo.

E o que se encaixou pra mim nesse evangelismo de rua é a mesma pergunta que sempre faço e que estava quase que descrita ali: "Deus, como mostrar pras pessoas, em um pequeno tempo ou uma simples abordagem, quem o Senhor é?". Ele responde que se tenho muito ou pouco tempo, é Ele quem faz as pessoas chegarem a ser como eu, filha dEle.

Foi Paulo que usou esse termo no versículo 29. "Que os que estão me ouvindo hoje cheguem a ser como eu, mas sem estas correntes". Ter a vida de Deus é essencial para pregar e então poder dizer "que seja como eu". As correntes de Paulo eram de verdade e ele não queria que ninguém fosse como ele naquele momento de prisão. As pessoas precisam olhar para nós e desejar serem iguais quando estivermos sem as nossas correntes também. Qual corrente tem te impedido de dizer pras pessoas que elas podem ser como você é? Qual pecado? Qual peso? Qual falha? Você é o exemplo pras pessoas que você prega. É quase da mesma forma quando dizem "se o pastor pode, eu posso". Aquela pessoa que sempre te ouve falar será como você. Livre-se das correntes.

2 comentários:

Já que passou por aqui, por que não comentar? ;)